Prótese que você remove para a higiene
Hoje na odontologia os holofotes estão direcionados para os implantes e para as próteses fixas. Entretanto, a Prótese Parcial Removível permanece ocupando um importante espaço nas reabilitações orais e merecem especial atenção. Devido a sua indicação bastante ampla, podemos solucionar problemas de ausência de dentes, mesmo que com algumas limitações. Existem diversas ocasiões nas quais os implantes e próteses dentárias fixas não resolvem os problemas, ou resolvem de maneira extremamente complexa e demorada. Portanto, a PPR pode servir como excelente alternativa para alguns casos, de forma prática e rápida.
Próteses Parcial Removível
As Próteses parciais removíveis estragam os dentes?
Contudo, apesar de suas vantagens, a PPR é carregada de pré-conceitos entre os pacientes e, surpreendentemente, também entre os profissionais. Estes, sem dúvida, pouco informados, como o fato de que ela, com o tempo, danifica os dentes. De fato, problemas como inflamação gengival, mobilidade dos dentes de suporte e cáries, não raramente são observados em pacientes usuários de PPRs. Porém, sem a menor dúvida, esses problemas ocorrem principalmente devido a falta de planejamento e também falta de preparo prévio da boca, bem como de uma adequada orientação do paciente para higienização dos dentes e da prótese. É imprescindível um detalhado planejamento de qualquer reabilitação oral utilizando prótese dentária. Com as próteses parciais removíveis não é diferente. É necessário compreender e respeitar uma sequência de etapas que, aí sim, proporcionarão um resultado satisfatório.
Planejamento da PPR
O planejamento do trabalho vai abordar todas os passos que irão definir o diagnóstico do caso clínico. Iniciando pela confecção de modelos de estudo de gesso da arcada do paciente, montagem desses modelos em articulador que simula as relações entre arcada superior e inferior o que proporcionará a definição das relações dentárias daquele determinado paciente. Essa definição tornará disponível alguma correção oclusal prévia, quando necessária. Concluindo essas etapas, é bem provável que o diagnóstico do caso esteja definido.
Plano de Tratamento da prótese parcial removível
Após a conclusão do diagnóstico, iniciamos o plano de tratamento. O plano de tratamento nada mais é que a sequência de procedimentos e consultas que serão necessários para construção da prótese e conclusão do trabalho atingindo os objetivos previamente estabelecidos. Inicialmente serão realizados os nicho e preparos nos dentes que serão suporte da futura PPR. Com a conclusão desses preparos o paciente estará pronto para realizar a fase de moldagem dos dentes. Moldagem essa que exige extrema fidelidade pois é esta informação que será transmitida para o técnico do laboratorio, o qual confeccionará a estrutura da PPR que deverá apresentar alto grau de adaptabilidade e conforto para o futuro portador da peça.
Como é elaborada a PPR?
A confecção inicial da PPR consiste em uma infra-estrutura metálica especialmente construída para o caso em questão. A construção dessa peça é um trabalho extremamente delicado e personalizado no qual o planejamento do desenho dessa estrutura exige apurado conhecimento em prótese dentária do cirurgião dentista. Após a definição do desenho da estrutura uma prévia da peça é confeccionada com cera específica para odontologia. Essa cera apresenta propriedades bastante específicas para proporcionar uma anatomia com excelente lisura e acabamento. Essa necessidade de excelentes propriedades da cera vão oferecer um extraordinário resultado na etapa da fundição, que nada mais é que substituir a cera por uma liga metálica não oxidável e extremamente resistente. A fundição nada mais é que o escoamento sobre pressão da liga derretida através daquele molde previamente esculpido em cera. Quando essa liga se resfria, ou seja, endurece, o padrão original é esculpido em metal. Além de não oxidável e superior resistência, as ligas para PPR apresentam dureza superficial, facilidade de polimento (metal brilhante – efeito cromado), baixa contração no processo de fundição e compatibilidade biológica, ou seja, não causa nenhum efeito tóxico em contato com a boca.
Conforto e Adaptação
Após essa delicada e cuidadosa construção essa peça metálica deve ir para prova clínica no paciente, para observar a qualidade da adaptação e conforto na boca. Feito isso e alcançado resultados satisfatórios a peça retorna ao laboratório para adaptação dos dentes artificiais que devem respeitar as relações dentárias e a oclusão do paciente. Cuidados como a cor dos dentes, formato dos dentes, suporte labial que os mesmos devem proporcionar em região anterior e harmonia com o formato da face do paciente devem ser avaliados com extrema cautela e paciência, se necessário, deve-se repetir essa etapa de prova até atingir o resultado adequado.Após alcançar o resultado esperado, tanto pelo dentista quanto pelo profissional, a peça deve ser acrilizada, onde as estruturas que simulam a gengiva serão injetadas com resina acrílica e após o tempo de enrijecimento submetem-se a um cuidadoso polimento e, aí sim, estará finalizada a PPR e pronta para ser entregue ao seu futuro dono.
Cuidado com a Prótese
É extremamente importante o paciente respeitar alguns cuidados nas primeiras semanas de uso como alimentação mais suave e um “esforço” no uso inicial, pois é bastante comum a necessidade de um tempo de adaptação à nova prótese. Não raramente, nos primeiros dias, a prótese machuca e o paciente modifica a fala, situações que com o tempo desaparecem ou podem exigir alguns ajustes pelo dentista.